sexta-feira, 7 de maio de 2010

A IDENTIDADE SIDERAL DE JESUS IX


NONA PARTE

A IDENTIDADE SIDERAL DE JESUS

PERGUNTA:- Jesus não é o governador espiritual da Terra? No entanto dizeis que ele veio da esfera dos “Amadores”, provavelmente de algum orbe situado muito além do nosso sistema solar?

RFAMATÍS:- Mais uma vez tomais a palavra do espírito pelo espírito da palavra, porquanto não estamos nos referindo a qualquer situação geográfica ou astronômica nestes relatos. Jesus deixou o seu reino espiritual apenas quanto à redução do seu campo vibratório e da sua consciência sideral, mas não veio de qualquer outra latitude astronômica ou cósmica. A esfera dos Amadores é um conjunto sideral de almas excelsas e identificadas por um padrão espiritual semelhante ao de Jesus. São espíritos elétricos, entre si, que formam um todo ou coletividade sideral e vibram felizes, unidos pela mesma natureza angélica. Não se trata de uma “esfera material” ou planeta físico, mas de um “estado vibratório” peculiar e de natureza superior. São entidades portadoras de um Amor incondicional; e sentem-se felizes quando eleitas para qualquer missão redentora nos mundos físicos, dispondo-se a todos os sacrifícios em benefício dos seus irmãos que ainda se encontram nesses planos inferiores.

A esfera dos Amadores pode ser concebida à semelhança de uma “esfera social”, “esfera militar”, “esfera científica” ou “esfera religiosa”, em que se agrupam criaturas pela mesma afinidade, simpatia ou tarefas semelhantes. Jesus foi um “Avatar” eleito na esfera dos Amadores para baixar à Terra no tempo predito, porque só um espírito do quilate dessa esfera seria capaz de tanto amor e renúncia para a missão de redimir o homem terreno.

No entanto, desde a origem do vosso orbe, ele jamais deixou de presidir os vosso destinos, atento ao esquema evolutivo traçado há trilhões de anos terrestres na elaboração do atual “Grande Plano”, que vos proporciona a aquisição individual de consciência espiritual.

PERGUNTA:- Em nossas reflexões concluímos que o Amor absoluto e incondicional há de ser, no futuro, uma qualidade comum a toda humanidade cósmica. Mas em face de vossa exposição, parece-nos que só a “esfera dos Amadores” agrupa, realmente, as almas já cristianizadas por esse Amor. Não é assim?

RAMATÍS:- Inegavelmente, o Amo0r é a essência espiritual indestrutível e o fundamento da angelitude de todo ser; mas o anjo, como símbolo da alma perfeita, só é completo quando também já adquiriu a Sabedoria Cósmica. Embora todas as almas afins a Jesus sejam portadoras de amor tão semelhante quanto ao dele, elas podem se agrupar em conjuntos diferente, unidas por outras características e gostos preferenciais.

Não é difícil comprovarmos que a figura tradicional do anjo, cultuada pelo Catolicismo, é realmente um símbolo da alma completamente livre de quaisquer deveres ou preocupações para com os mundos materiais, e goza do livre arbítrio de doar o Seu Amor e Sabedoria a quem melhor lhe apetecer. O Anjo possui duas asas, mas ele só se equilibra, no tráfego do “reino do céu”, quando ambas estão perfeitamente iguais ou uniformes, porquanto a asa direita simboliza o intelecto ou a razão, e a esquerda o coração ou o sentimento. A angelitude ou perfeição exige completo e absoluto equilíbrio entre o Amor e a Sabedoria. Por isso, quem vive na Terra, humilhado e submetido às provas cruciantes da carne, desenvolve a paciência, o amor, a resignação e a ternura. E em futuro próximo, há de voltar à Terra ou a outro orbe, tantas vezes quantas forem necessárias para desenvolver a asa direita, ou seja, a Sabedoria da razão pura.

Em conseqüência, embora a “esfera dos Amadores” congregue espíritos angélicos, cuja característica fundamental é o Amor e a Renúncia da própria vida, para o bem do próximo, não é a única nesse gênero, pois todos os espíritos angelizados e já libertos das encarnações planetárias obrigatórias, embora sejam sábios, também são amorosos. Mas o amor também pode ser manifestado de vários modos e conforme a índole psíquica de cada ser seja um homem ou um anjo. Os Amadores, portanto, são um tipo de espíritos que depois de eleitos para qualquer missão nas crostas planetárias, jamais se prendem aos bens do mundo onde atuam. E além do seu amor incondicional para servir e ser útil em tarefas de alta responsabilidade, a pobreza é a principal característica de suas vidas. Eles não vacilam em suas lutas messiânicas, pois as enfrentam desde o princípio com uma decisão heróica e absoluta renúncia pelo ideal superior que esposam e divulgam. Esse é o tipo dos espíritos peculiares da “esfera dos Amadores”.

Embora o amor incondicional e absoluto seja, realmente, no futuro, uma qualidade comum de toda a humanidade cósmica, tal sentimento toma características peculiares da índole e do temperamento de quem o manifesta.

PERGUNTA:-Poderíeis da um exemplo mais claro, a fim de compreendermos melhor o fato de existirem manifestações amorosas diferentes, de acordo com os temperamentos dos espíritos agrupados na mesma esfera angélica?

RAMATÍS:- Suponhamos um conjunto harmonioso de almas, cujo sentimento fundamental também seja o Amor absoluto, o qual, no entanto, é composto de espíritos que se ajustaram à índole dos ingleses, latinos ou asiáticos. Embora o sentimento predominante entre esses espíritos seja o Amor no mesmo diapasão espiritual, o se sentimento se há de expressar em conformidade com o temperamento e a índole de cada uma dessas raças. Assim, os ingleses seriam fleumáticos e persistentes, os latinos eufóricos e extrovertidos e os asiáticos místicos e introspectivos, cada um impondo o seu cunho característico na prática e na manifestação desse mesmo Amor.

Eis por que tem sido tão diversas asa manifestações do Amor pelos benfeitores da humanidade. Aqui, desenvolve-se e progride a medicina ou a física, graças ao sacrifício ou abnegação de um Pasteur, Édison ou Marconi; ali, Pitágoras, Sócrates ou Spinoza devotam todo o seu pensamento em amenizar a angústia humana pelo medicamento sutil da filosofia; acolá. O gênio de Da Vinci, o espírito agitado de Van Gogh, as privações e a tristeza de Rembrandt, também geraram a beleza e o encanto misterioso da pintura, manifestando o seu amor ao home pela magia das cores. Beethoven, o giante da música, doa ao mundo a Nona Sinfonia, o testamento do Amor em sons; Mozart extingue-se ainda moço, deixando as mais fascinantes melodias para a criatura humana; Bach deixa um monumento musical alicerçado no conceito de que “o objeto de toda música devia ser a floria de Deus!” Tolstoi, Dickens, Cervantes, Victor Hugo e outros manifestaram esse amor tentando novos roteiros na esfera social e moral do mundo; Marco Pólo, Colombo e outros o fizeram na tentativa de estreitar as distâncias da Terra para o mais próximo convívio dos homens!

Portanto, é sempre o Amor manifestando-se nos coloridos mais variados, em conformidade com a índole de cada ser. Muitas vezes o sábio, o gênio ou o cientistas principiam aquecendo o amor em si mesmo, numa satisfação ainda ególatra; no entanto, eis que transborda esse amor além das necessidades e da contenção do ser, para se transformar em doação ao mundo e em benefício da humanidade!

É indubitável que os guias espirituais precursores de Jesus também serviram à humanidade e a ensinaram para o Bem, porque eram de índole amorosa; mas há diferença entre as formas de pregar esse Amor, se compararmos Jesus a Confúcio, Crisna, Buda, Moisés, Zoroastro, Maomé, Ghandi e outros. Só ele enfim, o mais pobre dos homens, também foi o mais rico de Amor!

PERGUNTA:- Há, porventura, outros conjuntos de espíritos afinizados pelo mesmo amor e sabedoria, e que se constituem em esferas semelhantes à dos Amadores?

RAMATÍS:- Existem inúmeras outras esferas espirituais com denominações simbólicas, para conveniente identificação nos registros etéricos ou “akásicos” e que também reúnem espíritos afinizados pelo mesmo sentimento de Amor, quanto à sua linhagem temperamental.

(O “Akasa” é um estado muito mais sutil ainda do que a matéria cósmica, embora não seja o éter propriamente admitido pela ciência como um meio transmissivo. Nele se reflete e se grava qualquer ação ou fenômeno do mundo físico, e que mais tarde os bons psicômetros podem lê-los graças à sua faculdade psíquica incomum. Myers chama a esse estado cósmico de “metaetérico” e Ernesto Bozzano o explica satisfatoriamente na sua obra “Os enigmas da Psicometria”, no VI Caso, à pag. 41. Aconselhamos também, a leitura do capítulo XXVI, “Psicometria”, da obra “Nos Domínios da Mediunidade” de Chico Xavier, e as págs. 191 a 197, da obra “Devassando o Invisível”, de Yvonne A. Pereira.

O mundo espiritual é semelhante a um imenso país cujos estados são constituídos por essas encantadoras esferas de almas harmonizadas por sentimentos e objetivos semelhantes, compondo a humanidade venturosa sob o carinho eterno do Pai! É certo que, em sentido oposto, também existem coletividades satânicas, agrupadas nas regiões trevosas e formando instituições belicosas, em porfia incessante contra as entidades do Bem.

À semelhança da comunidade dos Amadores, citamos a esfera dos “Justiceiros”, constituída por almas cuja jornada messiânica pelo vosso mundo as faz aliar o seu sentimento fraterno e amoroso à energia que reprova os desregramentos dos homens, como foram João Batista, Moisés ou Paulo de Tarso; a esfera das “Harpas Eternas” abrange o conjunto de espíritos eleitos para impregnar a música humana de respeitosa religiosidade, como Orfeu, Palestrina, Bach, Shubert, Hendel, Mozart, Gounod, Verdi, Hayden e outros autores dos mais belos oratórios, missas sinfônicas e trechos religiosos; a esfera dos “Oráculos dos Tempos fonte dos profetas como Daniel, Ezequiel, Jeremias, Job, Isaías, Miquéias, Elezier, Samuel ou Nostradamus; a esfera das “Safiras da Renúncia” inspirou Ghandi, Francisco de Assis, ou Vicente de Paula; a esfera dos “Peregrinos do Sacrifício”, almas que se imolaram por idéias ousadas de esclarecimento espiritual, como João Huss, Giordano Bruno, Joana D’Arc, Sócrates; a esfera das “Pérolas Ocultas, refere-se às almas capacitadas para a revelação dos fenômenos excepcionais da vida invisível, como Antônio de Pádua, Apolônio de Tyana, Dom João Bosco, Tereza Neumann, Home, Eusapia Paladino e outros; a esfera das “Chamas do Pensamento” abrange asa almas do tipo de Hermés, Zoroastro, Platão, Buda, Pitágoras, Krisnamurti e outros autores dos novos rumos para a loibertação mental do homem; a esfera das “Estrelas Silenciosas” reúne espíritos mais raros, em cuja vida física eles se tornam verdadeiros “canais vivos” de receptividade à fluência espiritual do Alto sobre os homens, alimentando seus próprios discípulos só pela sua presença tranqüila e confiante, como Sri Ramana Maharshi, Ananda Moyi Ma, Lahiri Mahasaya, Giri Bala, Babaji e outros iogas. Na esfera dos “Archotes da Procura” salientam-se os espíritos preocupados em investigar a religião pelos caminhos da Ciência, como Blavastki, Max Hendel, William Croockes, Sinnet, Leadbeater, Besant, Kardec e Ubaldi.

Insistimos em dizer-vos que essas denominações correspondem mais propriamente às exigências da linguagem do mundo físico, a fim de fazerdes uma idéia aproximada das peculiaridades manifestas por esses espíritos em seus conjuntos ou esferas siderais, e os motivos principais que os atraem entre si para uma vida feliz e fraterna. Infelizmente não podemos alongar-nos no assunto ou expor-nos particularidades que possam satisfazer a todas as indagações, porque teríamos de esmiuçar-vos matéria de complexa tiptologia sideral. Quando mais tarde compreenderdes a verdadeira significação da paixão de Jesus, na Terra, então podereis aquilatar o sentido exato da terminologia psicológica desses vários grupos de Espíritos, os quais, apesar de sua maneira de agir, não só se congregam para o mesmo fim espiritual, como ainda atendem às convocações dos Instrutores Espirituais em suas missões de sacrifício nas crostas planetárias.

Cada grupo sideral é aproveitado conforme sua índole e talento, pois enquanto certa parte fica no Espaço, intuindo e guiando os encarnados para a maior receptividade dos ensinamentos e revelações do Instrutor situado na matéria, em época devidamente prevista, como aconteceu a Antúlio, Hérmes, Crisna, Buda, Jesus ou Kardec, outros se encarnam na Terra como antenas vivas propagadoras dos novos conceitos espirituais. Então se pode observar, no mundo material, que as grandes transformações e os renascimentos operados nas esferas musicais, da pintura, da ciência, da política ou da religião, não se cingem exclusivamente ao indivíduo que expõe e divulga a nova mensagem, mas, em seguida aderem a ela discípulos, seguidores e simpatizantes atraídos pela natureza do mesmo ideal. No entanto, essa adesão absoluta e jubilosa em torno de igual mensagem de renovação no mundo é sempre fruto de um plano inteligente, sensato e evolutivo a se desdobrar na matéria e controlado pela sabedoria dos Mentores Siderais, assim como ocorreu na propagação do Cristianismo.

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